Se você fica triste, fico triste. Se você fica alegre, fico alegre. Por favor, fique rico...

sábado, 9 de julho de 2011

O discurso do "Rei" ...

                                                                Não é esse o meu ofício. 


Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. 


Gostaria de ajudar - se possível -  judeus, o gentio ... negros ... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. 
Os seres humanos são assim. 



Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. 


Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros?  Neste mundo há espaço para todos. 


A terra, que é boa e rica,  pode prover todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. 



A cobiça envenenou a alma do homem ...   levantou no mundo as muralhas do ódio ... 


e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. 

             Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. 

A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.  Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.  Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.  Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.  Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.


A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. 
Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano.  Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. 



E assim, enquanto morrem os homens,  a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos.

Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade! 

 


No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! 


Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas.  O poder de criar felicidade! 


Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela ...  de fazê-la uma aventura maravilhosa.  Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo ...  um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, 


que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. 
Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.




Discurso final do filme de Charles Chaplin - O grande Ditador. Filme de 1948 mas que se mantém mais atual que nunca!

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